Maior unidade alfandegária em porto seco da América Latina começa a ser construída em Foz do Iguaçu

Obra terá investimento de R$ 500 milhões e deve impulsionar o comércio exterior com o Paraguai e a Argentina, além de gerar mais de 3 mil empregos diretos e indiretos.

A construção do novo porto seco de Foz do Iguaçu, no Paraná — que será a maior unidade alfandegária em porto seco da América Latina — terá início em agosto. A primeira etapa da obra representa um marco na modernização da infraestrutura logística da região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A conclusão está prevista para dezembro de 2026.

O lançamento da pedra fundamental ocorrerá no dia 4 de agosto, às 10h30, às margens da BR-277, no bairro Três Lagoas, onde será erguido o novo complexo. A nova estrutura contará com investimento total de R$ 500 milhões e substituirá o atual terminal alfandegado, situado em área urbana e inaugurado na década de 1980, que hoje opera de forma saturada, recebendo aproximadamente 200 mil caminhões por ano — uma média de 550 veículos por dia. A nova unidade terá capacidade para até 1 mil caminhões por dia, o que equivale a 365 mil veículos ao ano.

De acordo com o presidente da operadora de logística integrada Multilog, Djalma Vilela, a obra será executada em paralelo à conclusão da Perimetral Leste, que ligará o novo terminal à Ponte da Integração, conectando o Brasil ao Paraguai. Apesar de finalizada em dezembro de 2022, com recursos da Itaipu Binacional durante o governo Jair Bolsonaro, a ponte ainda não foi inaugurada oficialmente, devido à ausência de infraestrutura complementar, como a via perimetral, necessária para desviar o tráfego pesado da zona urbana de Foz do Iguaçu.

A expectativa é de que mais de 3 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados com a implantação do novo complexo, que ficará distante da área urbana e contribuirá significativamente para o escoamento de cargas, a redução de custos logísticos e o fortalecimento da integração regional.

“Estamos saindo do centro da cidade, de uma área superada, e indo para um local três vezes maior. Trabalhamos com projeções de crescimento para os próximos 10 a 15 anos. O novo porto seco está alinhado a essa perspectiva. No momento, aguardamos apenas as últimas aprovações de licenciamento para iniciar os trabalhos de terraplanagem”, afirmou Vilela.

A Multilog é responsável pela operação do atual porto seco desde 2016 e venceu, em 2023, a licitação promovida pela Receita Federal para gerir o novo terminal.

Estrutura e etapas da obra

O projeto será desenvolvido em duas fases. Na primeira etapa, com aporte de R$ 240 milhões, será construído um pátio com 197 mil metros quadrados para recepção e estacionamento de caminhões. A estrutura contará ainda com 1,9 mil m² destinados ao descanso e permanência de motoristas, além de 7,2 mil m² de área coberta para armazenagem e vistoria, incluindo uma câmara fria de 600 m² com três docas exclusivas para produtos que exigem controle de temperatura.

Na segunda fase, estimada em R$ 260 milhões, a área total será duplicada. Essa expansão está prevista para ocorrer entre 10 e 15 anos após o início da operação.

Impactos econômicos e desafios

Para  o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), o novo porto seco será estratégico para consolidar o estado como o principal hub logístico da América do Sul.

“Precisamos deste novo porto porque o atual já não comporta o crescimento do comércio e da logística regional. Com essa estrutura, reforçamos nosso papel como maior hub logístico da América do Sul”, destacou o governador.

Segundo dados da Receita Federal, o atual porto seco movimentou US$ 6,5 bilhões em 2022, e US$ 6,7 bilhões em 2023 — cerca de R$ 33,5 bilhões. Do total de 2023, US$ 3,9 bilhões corresponderam a exportações e US$ 2,7 bilhões a importações, evidenciando a relevância estratégica da unidade para o comércio exterior brasileiro.

Fonte e Foto: Multilog/Governo do Paraná/Marketing SindiFoz