publicado em 2025-09-10
SETEMBRO AMARELO - Se precisar, peça ajuda!
A campanha Setembro Amarelo® salva vidas e é hoje a maior iniciativa de prevenção ao suicídio do mundo. Em 2013, o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, então presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), deu notoriedade e inseriu no calendário nacional a campanha internacional Setembro Amarelo®. Desde 2014, a ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), vem expandindo a iniciativa em todo o país, conquistando parceiros e promovendo ações de conscientização de norte a sul do Brasil.
O dia 10 de setembro é reconhecido como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano, com ações permanentes de orientação, acolhimento e combate ao estigma relacionado aos transtornos mentais.
Em 2025, o lema é: “Se precisar, peça ajuda!”, reforçando a importância de falar sobre saúde mental, quebrar tabus e incentivar as pessoas a buscarem apoio em momentos de sofrimento.
O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e traz grandes impactos sociais, emocionais e econômicos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 foram registrados mais de 700 mil suicídios no mundo. Estima-se, porém, que esse número ultrapasse 1 milhão de casos por ano, considerando as subnotificações.
No Brasil, são cerca de 14 mil mortes por ano, o que equivale a 38 pessoas por dia.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta principal causa de morte, atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
Dados do Ministério da Saúde (2022) mostram um crescimento alarmante entre adolescentes: entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade entre jovens de 15 a 19 anos e de 45% entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
As taxas também apresentam diferenças de gênero: no Brasil, a mortalidade é de 12,6 por 100 mil homens contra 5,4 por 100 mil mulheres. Globalmente, homens em países de alta renda apresentam índices mais elevados, enquanto entre mulheres, as taxas são maiores em países de média e baixa renda.
Embora os números globais venham caindo em alguns continentes, as Américas seguem na contramão, com índices que crescem ano após ano. A OMS aponta que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, em especial os que não são diagnosticados ou tratados de forma adequada.
Isso mostra que a grande maioria das mortes poderia ter sido evitada com tratamento psiquiátrico precoce, acesso à informação de qualidade, apoio social e políticas públicas eficazes.
Atualmente, apenas 38 países no mundo possuem uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio — o que evidencia a necessidade urgente de ampliar os investimentos nessa área.
A prevenção começa com a conversa aberta e a quebra do silêncio. O suicídio ainda é visto como tabu, o que dificulta a busca por ajuda. Falar sobre o assunto de forma responsável pode salvar vidas.
Escuta ativa e sem julgamentos: estar disponível, ouvir e demonstrar empatia já faz grande diferença.
Apoio profissional: encorajar a busca por médicos psiquiatras, psicólogos e serviços de saúde.
Identificação de sinais: isolamento, mudanças bruscas de comportamento, frases de desesperança e a desistência de atividades antes prazerosas podem ser alertas importantes.
Redes de apoio: familiares, amigos, colegas de trabalho e instituições sociais têm papel fundamental no acolhimento.
É essencial que a sociedade entenda que pedir ajuda não é fraqueza, mas um ato de coragem e o primeiro passo para a superação.
CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (atendimento 24 horas e gratuito, em todo o país).
SAMU – 192 em situações de emergência.
Unidades de saúde, CAPS e hospitais públicos e privados.
ABP e parceiros da campanha Setembro Amarelo®, que disponibilizam materiais educativos e informativos ao longo do ano.
O Setembro Amarelo® oferece materiais de apoio, cartilhas, orientações para a imprensa e diretrizes para participação, disponíveis no site oficial da ABP. Toda a sociedade é convidada a aderir e divulgar a mensagem: a vida importa e merece ser protegida.
Divulgue a campanha, compartilhe informações, converse sobre o tema e ajude a salvar vidas.