publicado em 2025-09-17
Comércio internacional pela Ponte da Amizade cresce 33% e atinge novo recorde.
O comércio internacional na fronteira movimentou quase US$ 5 bilhões no primeiro semestre deste ano, conforme balanço divulgado pela Receita Federal em Foz do Iguaçu. Precisamente, foram US$ 4,78 bilhões em exportações e importações que passaram pelo Porto Seco da cidade de janeiro a junho.
A corrente de comércio fronteiriço cresceu 32,96% em relação ao mesmo período de 2024, estabelecendo um novo recorde. Embora a quantidade física tenha caído 7,84% — de 2,58 milhões para 2,37 milhões de toneladas — o valor agregado das mercadorias foi significativamente maior, demonstrando mudança no perfil das cargas movimentadas.
As exportações puxaram o desempenho, alcançando US$ 2,4 bilhões, alta de 55,49% sobre 2024. Já as importações somaram US$ 2,3 bilhões, crescimento de 15,23%. O saldo foi de superávit para o Brasil, reflexo da valorização dos produtos exportados, mesmo com menor volume embarcado.
No período, o Porto Seco de Foz do Iguaçu liberou 97.812 veículos, crescimento de 11,6% na comparação anual. O fluxo foi majoritariamente com o Paraguai, que respondeu por 74.404 caminhões (76,1%), enquanto a Argentina teve participação de 23.409 veículos, com alta de 1,96%.
De acordo com o balanço, 57,3% do fluxo de caminhões foi de importações e 42,7% de exportações.
As transações com o Paraguai apresentaram queda no volume exportado (–32,6%) e no peso das cargas (–34,1%). No entanto, o valor financeiro subiu 48,3%, mostrando que os produtos enviados ao país vizinho possuem cada vez mais alto valor agregado, como insumos industriais e maquinário.
As importações vindas do Paraguai, por outro lado, recuaram 37,3% em comparação com 2024.
Já com a Argentina, o cenário foi inverso. O Brasil aumentou suas exportações em 21,8% no volume e impressionantes 111,9% no valor, reforçando o papel estratégico do país portenho como mercado para produtos brasileiros.
Entre os itens mais importados pela fronteira destacam-se:
cereais e derivados;
sementes e frutos oleaginosos;
carnes e hortícolas;
pastas de madeira;
óleos vegetais;
plásticos;
máquinas e aparelhos elétricos.
Já as exportações brasileiras foram lideradas por produtos industriais, como:
papel e celulose;
plásticos;
máquinas e instrumentos mecânicos;
adubos e fertilizantes;
produtos cerâmicos;
ferro e aço;
veículos automotivos;
bebidas;
materiais elétricos.
Segundo analistas, o desempenho positivo reforça a posição de Foz do Iguaçu como elo logístico essencial para o Mercosul, fortalecendo o papel da Tríplice Fronteira no comércio internacional. Além da movimentação no Porto Seco, feiras e eventos de negócios no Paraguai e na Argentina também vêm impulsionando a visibilidade das empresas brasileiras na região.
A Receita Federal avalia que o crescimento deve se manter no segundo semestre, especialmente com a expectativa de maior escoamento de grãos, fertilizantes e produtos industriais.
Fonte e Foto:
Receita Federal - www.gov.br/receitafederal
Marcos Labanca/H2FOZ - www.h2foz.com.br