publicado em 2025-09-24
Comércio internacional na Tríplice Fronteira bate recorde!
Foz do Iguaçu–PR reafirma sua posição como um dos principais centros logísticos do Mercosul. Segundo dados da Receita Federal, o Porto Seco da cidade movimentou US$ 4,78 bilhões entre janeiro e junho de 2025 — o maior resultado já registrado para o período. O desempenho representa um crescimento de 32,96% em relação ao mesmo semestre de 2024, quando foram contabilizados US$ 3,6 bilhões.
Apesar da alta expressiva em valor, o volume físico de cargas apresentou retração de 7,84%, passando de 2,58 milhões de toneladas em 2024 para 2,37 milhões em 2025. Essa queda confirma a mudança no perfil das operações: menos volume, mas com produtos de maior valor agregado, que ocupam menos espaço, mas geram mais receita.
As exportações foram o grande motor do avanço, totalizando US$ 2,46 bilhões no semestre — alta de 55,49% em relação a 2024 (US$ 1,58 bilhão). Já as importações somaram US$ 2,32 bilhões, crescendo 15,23% frente ao ano anterior.
No entanto, o comportamento em volume foi distinto: enquanto as importações subiram de 1,34 milhão para 1,50 milhão de toneladas (+11,83%), as exportações caíram, reforçando a tendência de embarque de produtos mais sofisticados, tecnológicos e de alto valor de mercado. O movimento auxiliou a balança comercial brasileira a registrar superávit no período.
As estatísticas mostram que Paraguai e Argentina tiveram trajetórias diferentes no comércio pela fronteira:
Paraguai: reduziu 32,6% no volume exportado, mas aumentou 48,3% em valores, resultado da concentração em mercadorias de maior valor agregado.
Argentina: registrou alta de 21,8% no volume e impressionantes 111,9% no valor das exportações, reforçando o papel estratégico do país como parceiro comercial do Brasil.
Importações: cereais, derivados de grãos, sementes e frutos oleaginosas, pasta de madeira, sal, plásticos e máquinas elétricas.
Exportações: papel e celulose, máquinas e instrumentos mecânicos, fertilizantes, produtos cerâmicos, ferro e aço, bebidas e veículos automotivos.
O fluxo de caminhões também acompanhou a expansão. Foram 97.812 veículos liberados no semestre, crescimento de 11,6%. Do total, 74.404 vieram do Paraguai e 23.409 da Argentina. As importações responderam por 57,3% desse tráfego, enquanto as exportações ficaram com 42,7%.
O recorde ocorre em meio a um ciclo de investimentos estratégicos em infraestrutura e logística na cidade. Entre as principais obras em andamento estão:
Perimetral Leste, que conectará as novas aduanas diretamente à BR-277, prevista para ser entregue até dezembro de 2025;
Duplicação da Avenida das Cataratas, fundamental para o escoamento logístico e cuja primeira fase deve ser concluída ainda este ano.
O destaque fica para o novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, que receberá R$ 500 milhões em investimentos da Multilog em uma área de 550 mil metros quadrados. As obras começaram neste mês e contemplam a previsão de crescimento acelerado das operações nos próximos anos.
A primeira fase, com entrega prevista para o final de 2026, incluirá pátio exclusivo para caminhões e áreas de armazenagem cobertas com câmaras frias. Quando em plena operação, o terminal terá capacidade para movimentar até 2 mil caminhões por dia e gerar cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos.
Para o presidente da Multilog, Djalma Vilela, o empreendimento consolidará a posição da cidade no cenário global:
“O novo terminal transformará Foz do Iguaçu em referência internacional. Ele será o maior porto seco da América Latina e um dos maiores do mundo, com infraestrutura moderna e segura, preparada para as demandas atuais e futuras.”
O auditor fiscal Felipe Mendes Morais reforçou a relevância da iniciativa, lembrando que o atual porto seco de Foz já é o mais movimentado da América Latina, liberando quase 200 mil caminhões por ano e com uma corrente de comércio próxima de R$ 9 bilhões.
“O novo terminal será peça central na estratégia de transformar a aduana brasileira em um instrumento de desenvolvimento e competitividade”, afirmou.
Com os avanços em curso, a Tríplice Fronteira não apenas fortalece sua posição estratégica no comércio exterior, mas também se projeta como um dos maiores polos logísticos do continente.
Investimento: R$ 500 milhões (Multilog)
Área total: 550 mil m²
Capacidade operacional: até 2 mil caminhões por dia
Entrega da 1ª fase: final de 2026
Pátio exclusivo para caminhões
Áreas de armazenagem cobertas com câmaras frias
Geração de empregos: cerca de 3 mil diretos e indiretos
Impacto esperado: consolidar Foz do Iguaçu como maior porto seco da América Latina e um dos maiores do mundo.
Fonte e Foto:
Markting SindiFoz
www.gov.br/receitafederal/pt-br
www.multilog.com.br
www.gazetadopovo.com.br/Diego Zulai