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publicado em 2025-11-06
Emplacamento de caminhões mantém ritmo de recuperação e cresce 9% em outubro.
Segmento registra segundo mês consecutivo de alta, impulsionado pela melhora no crédito e retomada gradual de investimentos em transporte e construção. No acumulado do ano, o mercado ainda apresenta retração de 8%.
O mercado brasileiro de caminhões registrou em outubro o segundo mês consecutivo de crescimento, com aumento de 9,07% nas vendas em relação a setembro. Foram 10.462 unidades emplacadas, ante 9.592 veículos no mês anterior, segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Apesar da reação positiva, o volume ficou 11,62% abaixo do registrado em outubro de 2024, quando foram comercializadas 11.837 unidades. No acumulado de janeiro a outubro de 2025, o total de 92.317 caminhões vendidos representa uma queda de 8,04% frente aos 100.390 veículos emplacados no mesmo período do ano passado.
“Os negócios com caminhões estão condicionados a uma dinâmica de investimentos complexa, dada a volatilidade atual em segmentos como agro, construção e indústria. Os dois últimos meses foram positivos, o que pode amenizar a expectativa de queda neste ano”, afirmou Arcelio dos Santos Junior, presidente da Fenabrave.
Do total de caminhões emplacados entre janeiro e outubro:
41.265 unidades foram pesados;
30.763, semipesados;
10.592, médios;
7.485, leves;
e 2.143, semileves.
O bom desempenho dos modelos pesados e semipesados reflete o aumento da demanda por transporte de grãos e insumos industriais, enquanto os segmentos leves e semileves seguem pressionados pelo crédito mais caro e pela redução nas entregas urbanas após o pico do e-commerce.
O mercado de caminhões elétricos apresentou retração. Em outubro, foram emplacadas somente 14 unidades, uma queda de 51,72% em relação a setembro (29 veículos) e de 48,15% na comparação com outubro de 2024 (27 unidades).
No acumulado de 2025, o total de 282 caminhões elétricos vendidos é 28,79% menor que no mesmo período do ano passado (396 unidades).
Especialistas apontam que o segmento elétrico enfrenta altos custos de aquisição, infraestrutura de recarga insuficiente e incertezas regulatórias, embora algumas montadoras já planejem novos modelos nacionais e híbridos para 2026.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve a liderança do mercado, com 25.010 unidades vendidas e 27,09% de participação.
Em seguida aparecem:
Mercedes-Benz, com 24.706 unidades (26,76%);
Volvo, com 16.878 (18,28%);
Scania, com 11.156 (12,08%);
Iveco, com 7.050 (7,64%);
e DAF, com 6.372 (6,90%).
A Fenabrave projeta a comercialização de 113.552 caminhões em 2025 — o que representará uma queda de cerca de 7% em relação a 2024, quando 122.099 veículos foram emplacados.
A entidade avalia, contudo, que o último bimestre do ano pode trazer resultados mais equilibrados, impulsionados por programas de renovação de frota, recuperação gradual do agronegócio e expectativas de corte nos juros básicos pelo Banco Central.
“O mercado mostra sinais de estabilização. Se o crédito seguir mais acessível e os setores produtivos retomarem investimentos, 2026 pode marcar o início de um novo ciclo de crescimento”, conclui o presidente da Fenabrave.
Fonte e Foto: Transporte Moderno/ Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).