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publicado em 2025-12-02

Economia Brasileira Enfrenta Desaceleração e Alerta Setor de Caminhões para 2025 e 2026.

Juros altos, inadimplência crescente e endividamento das famílias reduzem o ritmo da atividade econômica e impactam diretamente indústria, comércio e transporte.

 

 

A economia brasileira deve continuar em ritmo de desaceleração até o final de 2025 e ao longo de 2026, impactada pelos juros elevados, pelo aumento da inadimplência e pelo alto endividamento das famílias. A avaliação é do economista Antonio Lanzana, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar 2,1% em 2025 e 1,8% em 2026, refletindo uma perda de fôlego gradativa da atividade econômica.

As análises foram apresentadas durante sua palestra anual “Cenário Econômico Global e Brasileiro – Perspectivas e Impactos nos Negócios em Ano Eleitoral”, realizada no encontro de confraternização do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), em São Paulo.


Desaceleração clara nos setores produtivos

Lanzana destacou que a economia já dá sinais de arrefecimento. Ele citou que, entre janeiro e setembro de 2024, a indústria havia crescido 3,1% frente ao mesmo período de 2023. No comparativo com 2025, porém, a expansão caiu para somente 1%. O comércio, que havia avançado 4,1% no ano anterior, registrou crescimento de 0,7%, enquanto o setor de serviços manteve estabilidade em 3,1%.

Segundo o economista, setores sensíveis à taxa de juros, como bens de capital e bens duráveis, são os mais afetados.
“A indústria brasileira é fortemente impactada por juros elevados. Alguns segmentos simplesmente não conseguem sustentar produção nesses patamares, e o comércio também está perdendo força”, explicou.


Mercado de trabalho pressionado

Apesar de ainda mostrar resiliência, o mercado de trabalho também dá sinais de desaceleração. O número de ocupados vem crescendo em ritmo menor: 0,8% ao ano entre 2023 e 2025, contra 1,2% nos dois anos anteriores.

Lanzana também mencionou estudos indicando que os programas de transferência de renda influenciam a dinâmica laboral. Segundo levantamento da FGV, em cerca de metade das famílias que recebem Bolsa Família, um dos responsáveis opta por não buscar emprego para não perder o benefício — contribuindo para a escassez de mão de obra em alguns setores.


Crédito perde força e inadimplência dispara

O crédito, que vinha sendo um dos principais motores da economia, está desacelerando. Embora ainda tivesse crescido cerca de 12% ao ano entre 2023 e 2024, a expansão perdeu ritmo devido ao aumento da inadimplência, que registrou alta de 9% em setembro de 2025 frente a 2024.

Hoje, o Brasil tem quase 80 milhões de consumidores inadimplentes, acumulando cerca de R$ 500 bilhões em dívidas, o que tem levado os bancos a reduzir a oferta de crédito.

Mesmo assim, Lanzana explica que a economia ainda não entrou em recessão devido a três fatores principais:

  • evolução do crédito (mesmo em desaceleração),

  • defasagem da política monetária,

  • aumento dos gastos públicos.

Para 2025 e 2026, a taxa Selic deve seguir em patamar elevado, encerrando 2025 em torno de 15%, com previsão de queda para 12,25% em 2026. O câmbio, ainda instável, deve fechar o ano próximo de R$ 5,40.


Reflexos sobre a indústria

Entre os efeitos diretos dos juros altos, destacam-se:

  • queda de 2,4% na produção de bens de capital no 3º trimestre de 2025 (ante o mesmo período de 2024),

  • crescimento modesto (1,2%) nos bens de consumo duráveis no mesmo intervalo — contraste marcante frente ao avanço de 17,1% no 4º trimestre de 2024.


Cenário Internacional: Tensões Geopolíticas e Redesenho das Cadeias Produtivas

No âmbito global, Lanzana apontou que 2025 representa um período de profundas mudanças no cenário econômico e comercial, impulsionadas especialmente pelas políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A adoção de tarifas mais altas, políticas protecionistas e controle migratório está reconfigurando décadas de cooperação internacional, gerando incertezas sobre o futuro das relações comerciais.

Segundo o economista, o objetivo central dos EUA é:

  • aumentar a arrecadação,

  • pressionar países a se alinharem aos interesses americanos,

  • estimular a indústria doméstica,

  • reduzir dependência de organismos multilaterais,

  • enfraquecer o dólar para impulsionar exportações.

No entanto, Lanzana afirma que Trump subestimou o poder de negociação da China — país com liderança global em terras raras, tecnologia e produção de medicamentos.

A China, apesar de enfrentar desafios como envelhecimento populacional e crise no setor imobiliário, investiu fortemente em tecnologia e energia limpa, o que a coloca como possível beneficiária desse novo cenário.


Perspectivas da Economia Global

O FMI projeta desaceleração no crescimento global:

  • PIB mundial: 3,2% em 2025 e 3,1% em 2026

  • Estados Unidos: 2,0% em 2025 e 2,1% em 2026

  • China: queda de ritmo, de 5,0% para 4,8% em 2025 e 4,2% em 2026

  • Japão: 1,1% em 2025, caindo para 0,6% em 2026

  • Zona do Euro: 1,2% em 2025 e 1,1% em 2026

No médio e longo prazo, Lanzana prevê:

  • queda da produtividade americana,

  • fortalecimento da China, Europa e economias emergentes,

  • reorganização das cadeias globais,

  • aumento de gastos com defesa na Europa,

  • valorização do euro com juros mais altos.


Impactos para o Brasil

O economista destaca que o Brasil pode ganhar relevância no contexto global, especialmente por ser considerado um fornecedor confiável em um mundo onde decisões econômicas dependem cada vez mais de fatores geopolíticos.

No entanto, há riscos importantes:

  • possíveis novos acordos entre EUA e China podem afetar as exportações brasileiras, especialmente de soja;

  • com 32% da manufatura mundial, a China deve intensificar a busca por novos mercados, inclusive no sul global, pressionando preços e competitividade.

 

 

 

 

 

 

Fonte e Foto: Transporte Modern –Divulgação/ Edição e poste marketing sindifoz

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