associe-se
publicado em 2025-12-03
Mudança para aduana da Ponte da Integração começa nesta semana.
A Receita Federal em Foz do Iguaçu inicia ainda nesta semana a ocupação da nova aduana localizada junto à Ponte da Integração, estrutura que conectará o Brasil ao Paraguai pelo município de Presidente Franco. A informação foi confirmada pelo delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Cezar Augusto Vianna.
Segundo o delegado, o complexo aduaneiro está em fase final de construção, restando somente ajustes técnicos referentes às ligações de água, energia elétrica e esgoto. “A informação que temos é que esses serviços estão sendo finalizados e, provavelmente amanhã (quinta-feira, dia 4), faremos uma verificação no local”, afirmou.
Com a conclusão dessas pendências, a Receita iniciará uma etapa de testes operacionais para avaliar o funcionamento de sistemas, equipamentos e infraestrutura. Se não houver inconsistências, a migração para o novo espaço ocorrerá gradualmente, com o transporte de mobiliário, servidores e aparelhos de fiscalização.
“A partir do sinal verde dessa fase de testes, começaremos a levar os equipamentos e as mobílias. O objetivo é estar pronto para operar assim que a data oficial de abertura da ponte for definida”, acrescentou Vianna.
A definição da data de início das operações da Ponte da Integração não depende exclusivamente da Receita Federal. De acordo com o delegado, a decisão está sendo tratada entre as chancelarias do Brasil e do Paraguai, que avaliam agendas e necessidades conjuntas. A inauguração deverá contar com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente paraguaio Santiago Peña.
A Ponte da Integração, uma obra estratégica para o escoamento de cargas e para a modernização do corredor logístico entre os dois países, é aguardada há mais de quatro anos. A nova aduana faz parte desse pacote de modernização e deverá funcionar integrada ao futuro Terminal de Cargas previsto para a região.
Com 760 metros de extensão e investimento superior a R$ 323 milhões, financiados pela margem brasileira da Itaipu Binacional, a Ponte da Integração é considerada uma obra estruturante do Programa de Integração da Infraestrutura da América do Sul (IIRSA). A nova travessia deve consolidar a região trinacional como um dos principais eixos logísticos do Mercosul, fortalecendo as relações comerciais entre Brasil, Paraguai e Argentina, além de ampliar a capacidade de mobilidade e de escoamento de cargas na fronteira.
O início das operações representará uma reorganização importante no fluxo internacional. A proposta inicial é que, na fase de abertura, a Ponte da Integração opere exclusivamente no período das 19h às 7h, permitindo o trânsito apenas de caminhões em lastro (vazios).
“Atualmente, esses caminhões já utilizam a Ponte da Amizade nesse mesmo horário. O que muda é apenas o local de passagem. Eles deixarão de cruzar pela PIA e passarão a usar a nova ponte”, explicou Vianna. Conforme o delegado, entre 400 e 600 caminhões vazios cruzam diariamente a fronteira, dependendo da época do ano.
Em uma segunda etapa, o novo corredor poderá receber ônibus fretados, especialmente em períodos de grande movimento turístico, como férias e feriados prolongados. A liberação de outros tipos de veículos será progressiva e condicionada à realização de estudos técnicos que analisem impactos no trânsito e na segurança.
A expectativa das autoridades é que o novo acesso reduza os congestionamentos históricos na Ponte da Amizade, como longas filas de caminhões, retenções no acesso ao Paraguai e dificuldades de mobilidade urbana.
“A nossa preocupação é evitar que o cenário de congestionamentos e desorganização que existe hoje na Ponte da Amizade se repita na Ponte da Integração. Por isso, essa mudança está sendo planejada de forma cuidadosa e gradual”, ressaltou o delegado.
A Receita informou que o efetivo necessário para essa fase inicial já está garantido. A equipe que atualmente fiscaliza caminhões na Ponte da Amizade será deslocada para o novo complexo. Por ora, não há necessidade de concursos, contratações ou remanejamentos adicionais.
A nova aduana faz parte de um conjunto de investimentos federais voltados à modernização da fronteira oeste do Paraná, incluindo melhorias no controle aduaneiro, ampliação dos mecanismos de combate ao contrabando e maior eficiência no fluxo de importação e exportação. A infraestrutura também deve fortalecer o turismo regional, ao criar alternativas mais seguras e organizadas de circulação.
A expectativa é que a nova estrutura traga benefícios imediatos à logística internacional e contribua para aliviar a pressão sobre a Ponte da Amizade, especialmente no período noturno, quando a transferência do fluxo de caminhões vazios deverá melhorar a fluidez do trânsito.
“Estamos prontos para iniciar essa nova fase assim que houver a liberação oficial”, concluiu Cezar Augusto Vianna.
Fonte e Foto: Rodrigo Félix Leal / Seil/ Secretaria de Infraestrutura e Logística / Edição e Poste Marketing SindiFoz.